A banda Calcinha Preta revelou que irá lançar um DVD gravado em Belém, em homenagem a cantora Paulinha Abelha, que morreu na última quarta-feira (23). Segundo o grupo, que anunciou o lançamento durante entrevista ao Fantástico, no domingo (27), o DVD foi o último trabalho que a artista filmou e conta com canções inéditas, jamais gravadas em estúdio por Paulinha.
Vale lembrar que a cantora passou 24 anos como uma das vocalistas da Calcinha Preta.
"Doente de amor, procurei remédio na vida noturna...". Os primeiros versos da música "Boate Azul", composta por Benedito Seviero e sucesso na voz de grandes cantores sertanejos, como Bruno e Marrone e Leonardo, voltaram a ocupar a cabeça de muitos brasileiros no último mês. Dessa vez, numa versão peculiar, mais simplista e com grande alcance popular. Apenas um teclado e uma guitarra fizeram fundo para a voz do Cachorrão do Brega, em arranjo que viralizou e virou meme na internet.
O sucesso foi tão grande que artistas como Wesley Safadão, Tirulipa e até o Padre Fábio de Melo compartilharam a canção em suas redes sociais. E isso tem mudado a vida do Cachorrão do Brega. Aliás, de Francisco Márcio de Arruda Cabral, de 36 anos, o homem por trás do sucesso.
Francisco Márcio nasceu no município de Janduís, mas mora há muito tempo em Campo Grande, cidade distante cerca de 270 quilômetros de Natal. De um mês para cá, a vida dele mudou radicalmente.
De uma média de quatro shows por mês, ele teve 29 marcados em junho - e já tem cerca de 28 programados para julho. O cachê também aumentou. "Hoje eu recebo cerca de 30 vezes mais do que ganhava", contou o Cachorrão do Brega, que antes tocava regularmente em bares e neste mês vai fazer show com Xand Avião em Caicó. "A previsão é de que tenham 50 mil pessoas", relata.
O mais curioso é que a versão de "Boate Azul" que viralizou nem estava nos planos dele. O Cachorrão do Brega fazia a gravação de um CD ao vivo na cidade de Boa Viagem, no Ceará, e uma mulher o interrompia constantemente no show pedindo a canção. "Era um show só com músicas de forró e ela vinha me pedir 'Boate Azul' de instante em instante. Eu disse que tocaria no final, para não sair na gravação, porque não tinha a ver com a apresentação. Mas ela pediu tanto que eu cantei. E foi esse sucesso. Ela foi um anjo que me enviaram", conta.
Nem só de versões vive o Cachorrão do Brega, que ficou conhecido na sua região por conta de uma música autoral chamada "Guaxinim" - ele também tem outra canção de nome "Miau Miau". Esse apreço por bichos tem explicação, segundo ele. "É uma forma mais fácil e legal de compor", diz.
Sucesso inesperado
O sucesso percorre muito mais que sua cidade neste momento. Na quarta-feira (3), por exemplo, com a instabilidade do Whatsapp, a música viralizou novamente nos aparelhos celulares alertando que "esse é o único áudio que está baixando hoje" na plataforma.
O alcance da música repercutiu tanto que ele saltou de pouco mais de 5 mil seguidores em sua conta no Instagram para mais de 60 mil. Muitos desses seguidores surgiram após montagens divertidas nas redes sociais. Uma delas compartilhada por Wesley Safadão. "Quando acordei depois da postagem dele, tinha subido de 20 mil para 50 mil seguidores", diz.
A clássica Boate Azul, gravada por cantores como Reginaldo Rossi, Bruno e Marrone, Leonardo, Eduardo Costa, Milionário e José Rico e Gustavo Lima tem no momento a sua versão de mais sucesso na voz do Cachorrão do Brega, que tem entre suas referências o cantor Amado Batista.
"Eu achei que a canção ficou com um bom arranjo, mas me surpreendi demais com a repercussão", completa. "Ninguém esperava que eu chegasse a um sucesso nacional. Nem eu esperava chegar onde cheguei", diz.
De Márcio Show a Cachorrão
Cachorrão do Brega vive da música há mais de 20 anos, tempo em que ainda era chamado de Márcio Show. "Eu fui fazer um show em Belém Brejo do Cruz, na Paraíba, e o cara que me contratou queria que eu tocasse apenas forró. Aí eu meti um brega no meio, ele veio falar. Deu um tempo mais pra frente, eu toquei outro brega e ele veio me dizer que eu era o cachorro do brega. Eu disse que cachorro não, mas 'Cachorrão do Brega' sim. Aí o apelido pegou", contou.
Mas viver bem, sem tanta dificuldade, de música é algo bem mais recente. Apesar de trabalhar apenas como músico durante todo esse tempo de carreira, o dinheiro era pouco. "Eu ganhava R$ 30 para fazer um show na esquina, depois passei a ganhar R$ 120 e outra vezes conseguia tirar R$ 300 num show", lembrou.
E nem sempre o pagamento era dinheiro. "Já fiz música por um bujão de gás. Pegava uma feira no mercado e depois fazia um show para o dono", lembrou.
Para que o sucesso a nível nacional chegasse, foram 18 CDs ao vivo gravados pelo Cachorrão do Brega. "Não fiz nenhum de estúdio, não", comenta. A formação sempre com ele nos teclados e, em alguns discos, outro músico nas guitarras.
Nesses anos de carreira, Francisco Márcio, o Cachorrão do Brega, conta ter sido alvo de humilhação de pessoas da sua cidade, Campo Grande, por tentar a carreira de cantor. "Muita gente 'mangava' (tirava sarro) de mim. Hoje o carinho do pessoal aqui é grande. E até aqueles que me humilhavam hoje me abraçam", diz.
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#sextasertaneja #sextatopEvento 'CarnavAll', em Natal, tem nove atrações e 12 horas de folia no sábado (26) e domingo (27).
A Cervejaria Oktos, na Via Costeira, em Natal, recebe o projeto "CarnavALL" no fim de semana. Serão dois dias de bailes de carnaval, com direito a forró, música eletrônica, pagode, sertanejo e pop rock. A cantora Solange Almeida e a banda Cavaleiros do Forró são as principais atrações.
A festa ainda terá Litto Lins, Pedro e Erick, Pagode do Coxa, Sax In The House, Pedro Luccas, Som e Balanço e Banda Pretta (veja programação abaixo).
No sábado (26) e domingo (27) de carnaval, os shows têm início às 12h. O espaço contará com pista, camarote e open bar, mesas em todos os espaços, e praça da alimentação.
A venda de ingressos é feita pela internet e na loja Tommy Hilfiger (segundo piso do Midway Mall).
A realização do CarnavALL foi autorizada pelos decretos e vai cobrar o passaporte vacinal. A organização também diz que haverá testagem rápida opcional para o público que for ao evento. O serviço será subsidiado pelo realizador, com preço de custo para o folião no valor de R$ 40 apenas para quem estiver com ingresso.
Confira programação:
Sábado (26)
Cavaleiros do Forró
Litto Lins
Sax in the House
Pedro Luccas
Pedro e Erick
Domingo (27)
Solange Almeida
Pagode do Coxa
Banda Pretta
Sax in the House
Som e Balanço
Pedro Luccas
Quando a cantora Paulinha Abelha foi internada, após passar alguns dias tendo náuseas, ninguém esperava que pouco mais de uma semana depois teríamos a notícia de sua morte. O Forró dormiu mais triste na última quarta-feira (23) e acordou da mesma forma nesta quinta (24). A comoção que se formou em todo o Brasil pela recuperação da cantora não foi à toa, ela fez história em uma das maiores bandas de Forró de todos os tempos, marcou época em várias gerações, deixou sua marca e as mais diversas lembranças na cabeça de muita gente.
No período de algumas horas após a confirmação da morte da cantora sergipana, o que nós vimos foram as mais diversas demonstrações de carinho, as primeiras, claro, vindas de amigos e dos milhares de fãs espalhados pelo Brasil, mas e as homenagens e declarações vindas daquelas pessoas que não eram fãs, não acompanhavam e mal sabiam o que acontecia com ela antes da internação? Muitos podem falar: "Esses só viraram 'fãs' agora", mas não é bem assim. Paulinha marcou direta e indiretamente a vida de muitas pessoas, desde o maior fã até aquele que passou anos de escola ouvindo alguém cantar "Paulinha" só porque tinha o mesmo nome da cantora. Até aquela pessoa que também não era fã, mas viu as músicas da Calcinha Preta serem sucesso durante sua vida, mesmo sem ser uma ouvinte assídua.
Não é preciso ser fã para reconhecer a grandeza de Paulinha Abelha, na verdade, não é preciso pré-requisito algum para lamentar a perda de alguém. Paulinha tinha apenas 43 anos, passou mais da metade de sua vida envolvida com a música, fazendo a alegria das pessoas, interagindo com o público como se ele fizesse parte do seu círculo pessoal de amizade, muitas vezes como uma verdadeira mãe para aqueles que estava lá só para vê-la.
Em um relato pessoal deste que vós escreve, das poucas vezes em que pude encontrar Paulinha, geralmente nos camarins de shows, eu nunca a vi me receber sem ser com um sorriso no rosto, mesmo sem sequer lembrar de mim, era o normal. E, novamente, quando estava no palco, era como se cada fã fosse alguém próximo, um amigo, um parente, como se ela abraçasse todos que estavam ali por ela e pela banda.
Paulinha Abelha foi uma cantora marcante, deixou grandes sucessos que sempre serão lembrados por todos aqueles que gostam dela ou acompanharam o Forró, mas ainda maior que Paulinha Abelha, era Paula de Menezes Nascimento Leca Viana, que sempre tratava todos da melhor forma possível, cuidava de sua família e estava fazendo todos os esforços possíveis para cuidar de seu pai, bastante debilitado e que atualmente está internado.
Poderíamos passar um dia escrevendo parágrafos e mais parágrafos, mas nada faria justiça ao que queremos dizer. Como sempre, só podemos agradecer. Agradecer pelas músicas, pela alegria e pelas lembranças. Que Paulinha siga viva em cada uma dessas memórias e em cada uma das músicas consagradas em sua voz!
